quarta-feira, outubro 01, 2003
Conversas
Ontem, na minha viagem diária pelos comboios da linha da Azambuja, aconteceu-me algo assaz curioso. Ia eu sentado tranquilamente a ver a paisagem e a deitar contas à vida, quando entra no comboio um casal de mãos dadas. Sinceramente não sei se eram casados ou namorados, não reparei em aliança. Ele era preto. Ela era branca. Entraram calados. Sentaram-se à minha frente. Nisto ela vira-se para ele e faz uns gestos estranhos com a mão ao que ele sorri e responde com mais gestos igualmente estranhos. Foi fácil de entender. Eram surdo-mudos. Foi interessante observar a conversa deles pelo canto do olho. Durante toda a viagem, que durou aí uns 15 minutos, eles estiveram de mão esquerda dada enquanto com a direita comunicavam entre si.
O mais interessante disto tudo é o contraste produzido. As duas únicas pessoas naquele comboio que não possuíam o dom da voz, eram de facto as que mais conversavam. E provavelmente as mais felizes.
Como ontem não houve pensamento do dia, agora haverá a dobrar.
Pensamento do dia (1):
"Disse ao João Tomás que ele fez falta e ele disse-me: você tem razão."
José Mourinho.
Pensamento do dia (2):
"O Mourinho deve ter percebido mal o que lhe disse"
João Tomás.
O mais interessante disto tudo é o contraste produzido. As duas únicas pessoas naquele comboio que não possuíam o dom da voz, eram de facto as que mais conversavam. E provavelmente as mais felizes.
Como ontem não houve pensamento do dia, agora haverá a dobrar.
Pensamento do dia (1):
"Disse ao João Tomás que ele fez falta e ele disse-me: você tem razão."
José Mourinho.
Pensamento do dia (2):
"O Mourinho deve ter percebido mal o que lhe disse"
João Tomás.
